
Pulp Fiction também marcou a volta de John Travolta aos holofotes de Hollywood, depois de anos de ostracismo trabalhando em produções mais familiares como a série 'Olha quem está falando'. Juntamente com Travolta, Samuel Jackson talvez em sua mais inspirada atuação, é de arrepiar vê-lo citando uma passagem da bíblia antes de apagar um coitado. A dupla de gângsteres é Vincent Vega (Travolta) e Jules Winnfield (Jackson) e são as estrelas do filme. Mas estrelas é o que não falta em Pulp Fiction. Além dos dois truculentos tagarelas, o longa ainda traz Uma Thurman, Rosanna Arquette, Eric Stoltz, Bruce Willis, Christopher Walken entre outros também bem importantes para a trama. Falando na trama, Pulp Fiction é dividido em três histórias interligadas, que não são contadas cronologicamente. A primeira é sobre uma Los Angeles habitada por bandidos da pior espécie, estamos falando de caras maus criados por Tarantino, que choca e provoca, sendo uma experiência perigosa e divertida ao mesmo tempo.

Não tem uma ordem específica quando uma trama acaba e começa outra, elas vão se construindo na medida em que a conclusão fica mais perto de acontecer. Em uma das missões Vincent Vega é ‘contratado’ para levar a esposa do mafioso Marsellus Wallace para se divertir e tudo acaba numa dança inspirada. Travolta nem de longe lembra o rei da pistas de os Os Embalos de Sábado a noite, mas e daí? A cena foi fantástica e gerou alguns diálogos muito bacanas. Tem a história do boxeador Butch (Willis) que é convencido pelo seu ‘big boss’ a perder uma luta importante, contrariando Marsellus, Butch é caçado com toda fúria pelo seu chefe, antes da grande briga entre os dois existe uma pausa entre Butch e sua esposa, Fabienne, muito bem interpretada pela atriz Maria de Medeiros. Enfim, Pulp Fiction deu um novo gás no cinema, abriu portas para o cinema independente e inspirou inúmeras produções, até hoje a maior obra-prima de Tarantino ainda inspira e conquista uma nova geração de fãs, 15 anos depois.
Me lembro da primeira vez que o vi em VHS, em 1995, tinha 13 anos e fiquei realmente impressionado, não propriamente com a violência, mas a maneira que a produção foi conduzida, a ousadia me impressionou e mudou minha maneira de assistir e apreciar o cinema. Passei a ser mais exigente, preocupando com detalhes que antes eram irrelevantes para mim, como: atuações, direção, elenco, essas coisas, as preocupações dignas de um nerd fã de cinema estavam vindo com força total. Para mim antes de Pulp Fiction, eram somente efeitos especiais e histórias mais simples como as das Tartarugas Ninja (hahaha, não acredito que disse isso) Para ter idéia achava que o filme de Street Fighter com Van Damme era um algo bom e de qualidade, aê dava para ver que o meu nível de exigência era realmente pequeno.

15 anos se passaram e eu já não tenho mais aquele VHS piratinha que gravei de recordação, com imagem tosquinha. Apesar da comodidade do DVD, não deixa de ser frustrante em ver a versão brasileira de Pulp Fiction no formato digital, pelada, bem pobrezinha coitada. Até hoje não temos outra opção a não ser essa que temos nos balaios da vida, com preço justo é claro, mas totalmente sacrificada, é o filme e olhe lá...Ah, tem a seleção de cenas, mas isso é obrigatório em qualquer DVD que se preze. Enquanto isso a versão Ianque é maravilha, polpuda, é um DVD duplo que traz tudo aquilo que um fã curte e ainda de cara traz uma embalagem luxuosa. O que se passa com as distribuidoras brasileiras? Tsc tsc.


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