quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sessão clássicos: Os 15 anos de Pulp Fiction

E lá se vão 15 anos desde o lançamento de Pulp Fiction, filme que consagrou Quentin Tarantino como o mais cool do cinema. Me lembro dessa época, Hollywood vivia o estouro de Forrest Gump e cara, como adorava as histórias de Gump. Mas quando comprei a edição de Março de 1995 (acho que era março) da revista SET fiquei curioso, pois era a capa do Oscar, e os principais indicados eram: Forrest Gump e Pulp Fiction ou Travolta Vs Hanks, acho que Forrest acabou se saindo melhor, mas danem-se as premiações. Pulp Fiction reinventou os filmes violentos na década de 90 e trouxe um misto de violência, humor, música e diálogos afiadíssimos, aliás, nunca se teve tanta conversa num filme digamos de ação. Quentin Tarantino além de dirigir, escreveu e se virou nos 30 com o orçamento de 8,5 milhão de dólares e ainda conseguiu reunir um elenco estelar.


Pulp Fiction também marcou a volta de John Travolta aos holofotes de Hollywood, depois de anos de ostracismo trabalhando em produções mais familiares como a série 'Olha quem está falando'. Juntamente com Travolta, Samuel Jackson talvez em sua mais inspirada atuação, é de arrepiar vê-lo citando uma passagem da bíblia antes de apagar um coitado. A dupla de gângsteres é Vincent Vega (Travolta) e Jules Winnfield (Jackson) e são as estrelas do filme. Mas estrelas é o que não falta em Pulp Fiction. Além dos dois truculentos tagarelas, o longa ainda traz Uma Thurman, Rosanna Arquette, Eric Stoltz, Bruce Willis, Christopher Walken entre outros também bem importantes para a trama. Falando na trama, Pulp Fiction é dividido em três histórias interligadas, que não são contadas cronologicamente. A primeira é sobre uma Los Angeles habitada por bandidos da pior espécie, estamos falando de caras maus criados por Tarantino, que choca e provoca, sendo uma experiência perigosa e divertida ao mesmo tempo.


Não tem uma ordem específica quando uma trama acaba e começa outra, elas vão se construindo na medida em que a conclusão fica mais perto de acontecer. Em uma das missões Vincent Vega é ‘contratado’ para levar a esposa do mafioso Marsellus Wallace para se divertir e tudo acaba numa dança inspirada. Travolta nem de longe lembra o rei da pistas de os Os Embalos de Sábado a noite, mas e daí? A cena foi fantástica e gerou alguns diálogos muito bacanas. Tem a história do boxeador Butch (Willis) que é convencido pelo seu ‘big boss’ a perder uma luta importante, contrariando Marsellus, Butch é caçado com toda fúria pelo seu chefe, antes da grande briga entre os dois existe uma pausa entre Butch e sua esposa, Fabienne, muito bem interpretada pela atriz Maria de Medeiros. Enfim, Pulp Fiction deu um novo gás no cinema, abriu portas para o cinema independente e inspirou inúmeras produções, até hoje a maior obra-prima de Tarantino ainda inspira e conquista uma nova geração de fãs, 15 anos depois.


Me lembro da primeira vez que o vi em VHS, em 1995, tinha 13 anos e fiquei realmente impressionado, não propriamente com a violência, mas a maneira que a produção foi conduzida, a ousadia me impressionou e mudou minha maneira de assistir e apreciar o cinema. Passei a ser mais exigente, preocupando com detalhes que antes eram irrelevantes para mim, como: atuações, direção, elenco, essas coisas, as preocupações dignas de um nerd fã de cinema estavam vindo com força total. Para mim antes de Pulp Fiction, eram somente efeitos especiais e histórias mais simples como as das Tartarugas Ninja (hahaha, não acredito que disse isso) Para ter idéia achava que o filme de Street Fighter com Van Damme era um algo bom e de qualidade, aê dava para ver que o meu nível de exigência era realmente pequeno.


15 anos se passaram e eu já não tenho mais aquele VHS piratinha que gravei de recordação, com imagem tosquinha. Apesar da comodidade do DVD, não deixa de ser frustrante em ver a versão brasileira de Pulp Fiction no formato digital, pelada, bem pobrezinha coitada. Até hoje não temos outra opção a não ser essa que temos nos balaios da vida, com preço justo é claro, mas totalmente sacrificada, é o filme e olhe lá...Ah, tem a seleção de cenas, mas isso é obrigatório em qualquer DVD que se preze. Enquanto isso a versão Ianque é maravilha, polpuda, é um DVD duplo que traz tudo aquilo que um fã curte e ainda de cara traz uma embalagem luxuosa. O que se passa com as distribuidoras brasileiras? Tsc tsc.


Para terminar esse longo post de 15 anos queria dizer que fiz toda essa análise ao som da trilha sonora de...advinhem...sim, Pulp Fiction que também é foderosa. Além de Urge Overkill com a clássica “Girl You’ll be a woman soon”, a trilha ainda traz All Green, Dusty Springfield entre outros. Confira e divirta-se.



Um comentário final: Pulp Fiction marcou tanto para mim e quando decidi montar esse blog, não pensei duas vezes enquanto a capa do mesmo, seria uma homenagem ao já clássico de Tarantino e ficará aê por um bom tempo ainda.


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