sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Novos Clássicos: Requiem para um Sonho

Usuários de drogas sempre rendem produções intensas, o que dizer do alemão "Eu, Christiane F.' ou 'Trainspotting'. Em 2000, o cineasta Darren Aronofsky (Cisne Negro) realizou uma das mais insanas e chocantes obras sobre o assunto. 'Requiem para um sonho',foca não apenas no vício em drogas, mas o que a solidão pode causar a uma pessoa, passando por momentos de paranoia, mania e vícios. A historia traz quatro personagens: Uma mãe solitária Sara Goldfarb (Ellen Burstyn - incrível), Harry Goldfarb (Jared Leto - esforçando-se), Marion Silver (Jennifer Connely - sempre linda) e Tyrone C. Love (Marlon Wayns - saindo-se bem longe das comédias). 

Sara, mãe de Harry é solitária, recebendo um telefonema de um programa de TV (seria imaginação?) começa a ter uma nova perspectiva de vida, até de um futuro melhor , tamanha sua carência (o marido morreu, o filho viciado mora longe da mãe). Começa fazer uma dieta para caber num lindo vestido vermelho que não veste há muito tempo, muda a cor do cabelo, tudo para o grande dia em que aparecerá em seu programa de TV favorito. Para encurtar a longa estrada de uma dieta rigorosa, Sara descobre uma pílula que diminui a fome, o que era para lhe trazer benefício, começa a tirar o que lhe resta de sua sanidade.

Enquanto seu filho Harry, viciado em drogas junto com seu amigo Tyrone (igualmente viciado) e a namorada Marion, começam um lance de venda de drogas, aparentemente lucrativo, claro que a coisa sairá do controle e uma desgraça espera para cada um deles.

Aronofsky impressionou pelos ângulos de câmeras até então inéditos nos cinemas, a trilha sonora visceral de Lux Aeterna. A grande alma de 'Requiem para um sonho' está mesmo para a atriz Ellen Burstyn (quem não se lembra, ela fez a mãe de Regan em O Exorcista), com uma interpretação tão marcante, que foi indicada para o Oscar de melhor atriz. 'Requiem para um Sonho' é um filme difícil de ser digerido, mas que no dia seguinte você ainda estará refletindo sobre ele. Memorável.

Nota: 9/10

Eu Recomendo: Mick Hucknall - American Soul

Artistas famosos fazendo álbuns homenageando os mestres do Soul não é coisa nova, mas (quase) sempre que aparecem rendem álbuns fabulosos. Seal realizou os ótimos 'Soul I & II', Phil Collins lançou o estupendo 'Going Back', onde relembrou com muita emoção os artistas que o embalaram na infância e a Joss Stone com os criticados 'Soul Sessions.

Agora é a vez de Mick Hucknall lançar sua homenagem a 
astros do soul que lhe inspiraram tanto. O ex-cantor do Simply Red está colocando no mercado o ótimo 'American Soul', acertando em cheio, num álbum que agradará desde a primeira a última faixa. Hucknall sempre teve um pé no Soul nos tempos de Simply Red, mas agora que sua banda não existe mais, pelo menos no nome, Hucknall se sentiu à vontade para dar mais um passo. Não foi uma ideia original claro, mas se tratando de Hucknall, podem esperar coisa de qualidade.

O que dizer de faixas como: "Turn Back The Hands Of Time" (de Tyrone Davis), That's How Strong My Love Is" (Otis Redding) ou "I'd Rather Go Blind" (Etta James), regravações sinceras, mostrando que o vocal de Hucknall vai bem, obrigado. A banda é basicamente a mesma que acompanhava o cantor no Simply Red nos últimos anos e isso é ótimo, visto que Hucknall sempre se acercou de músicos muito talentosos, isso fica evidente nas faixas "Lonely Avenue" (de Ray Charles - e minha favorita).

Fora isso, 'American Soul' ainda conta com belíssimas baladas como: "I Only Have Eyes For You" (do grupo vocal The Flamingos), "Don't let me be misunderstood", dos Animals, que já foi bastante regravada, "Tell it like it is", o blues maravilhoso "Let Me Down Easy" e "Baby What You Want Me To Do".

Enfim, citei boa parte das canções. 'American Soul' é um álbum variado, feito com muita competência e paixão, recomendável para aqueles apreciadores da boa música, do Soul de verdade. Não o perca por nada.

Nota: 10/10

Eu Recomendo: Michael Jackson - Live At Wembley July 16, 1988


Eis um DVD muito esperado pelos fãs do Rei do Pop. Acredito que o registro de um dos shows da turnê 'Bad' está na mente dos fãs desde o surgimento dos DVD's. Antes tarde do que nunca. Para comemorar os 25 anos do álbum 'Bad', a Sony decidiu presentear os fãs, indo além de uma edição comemorativa do álbum (que também já está nas lojas), um documentário dirigido por Spike Lee (ainda inédito por aqui
) e é claro, um DVD de um show dessa turnê, que na minha opinião foi a melhor realizada por Michael Jackson. O fato de Michael cantar sem o uso de playback e ainda dançar já é um grande motivo para colocar esse 'Live At Wembley July 16, 1988' entre os melhores lançamentos póstumos do Rei do Pop.


O repertório redondo é muito mas muito melhor que o DVD da mesma turnê lançado não oficialmente, de um show no Japão, onde apenas duas músicas de 'Bad' foram executadas. Neste registro de um show gravado no Estádio do Wembley, em Londres, temos um show completo. Desfilam hits como: "Another Part of me", "Dirty Diana", "I Just can't stop loving You (em dueto com a ainda desconhecida Sheryl Crowl, cujo visual nos lembram do mau gosto que existia na época, tanto no figurino quanto nos cabelos). Hits do clássico álbum 'Off the wall' também estão presentes: "Rock With You", "She's out my life" e "Working day and night". Claro, passagens de clássicos de 'Thriller' estão presentes, nem precisava avisar que as obrigatórias 'Billie Jean", "Beat It' estão presentes.

O grande problema dos shows das turnês "Dangerous" e "History" foram o fato de Jackson optar em concentrar nas danças, sacrificando o canto, obrigando-o a usar playback. Sou fã de suas danças e sei que é muito complicado um cantor dançar e cantar ao mesmo tempo, mas acho muito deprimente assistir a um DVD e ver um artista dublando suas canções, mesmo que esse artista seja Michael Jackson. Em 'Live At Wembley', o Rei do Pop sua a camisa, canta e dança suas músicas em uma performance fenomenal, Jackson estava no auge da carreira e impressionou o público londrino.

Mas infelizmente nem tudo é maravilhoso em 'Live at Wembley'. Apesar dos esforços dos produtores em restaurar as imagens do show, a qualidade não é muito melhor que a de um VHS, até mesmo alguns defeitos aparecem na tela, no entanto o audio está impecável, mas fica a decepção para quem esperava um trabalho melhor na restauração de imagens. Outro detalhe é quando Jackson deixa o palco e dá liberdade para seus músicos improvisarem inúmeras músicas. Cada músico apresentou um número, todos bem demorados, tornando o show um tanto cansativa, mas nada que estrague a experiência, mas que se fosse um pouco reduzido seria melhor.

Enfim, para fãs ou não, trata-se de um DVD obrigatório em sua coleção, relembrar clássicos ou simplesmente admirar a performance sempre impecável do eterno Rei do Pop nunca é demais. MJ Vive.

Nota: 9.0

Eu Recomendo: O Abrigo

Eis um filmaço, que não teve divulgação merecida. 'O Abrigo' teve matéria de duas páginas na revista Veja, onde além de elogios também havia o anuncio de que o filme tinha sido lançado direto em DVD/Blu-Ray no Brasil. Só que ao chegar nas locadoras, uma surpresa, ninguém sequer sabia que filme era esse. Infelizmente 'O Abrigo' continua inédito no Brasil. Mas é claro, quem procurar ele pela net o achará.

A história de 'O Abrigo' traz o perturbado Curtis (Michael Shannon, femonenal), que começa ter pesadelos cada vez mais reais, onde uma grande tempestade chegaria a sua cidade, destruindo tudo e a todos. A medida que os pesadelos vão ficando mais intensos, mais questiona-se a sanidade de Curtis, que ainda tem uma esposa e uma filha deficiente auditiva para cuidar. Com uma direção incrível de Jeff Nichols, 'O Abrigo' é impressionante desde seu início, até a sua conclusão. Destaque também para Jessica Chastain (A mãe de A Arvore da Vida)

Nota: 10

Eu Recomendo: Intocáveis

inha indicação hoje traz a produção francesa 'Intocáveis'. Bastante elogiado em todos os lugares, essa 'dramédia' surpreendeu. Baseado em fatos reais, 'Intocáveis' conta a história do empresário tetraplégico Phillipe Pozzo di Borgo, que em busca de alguém quem o auxilie, acha em Driss (Omar Sy), a pessoa adequada. Mesmo que seja sem jeito e até meio grosseiro, Phillipe se identifica com o rapaz, pois ele não o trata como um tetraplégico. 

Algumas cenas são realmente bem engraçadas, mostra o quanto Driss sequer sabe o que está fazendo. O legal é que o filme jamais cai no pastelão, muito menos num dramalhão barato. Se puder assistir um filme leve, 'Intocáveis' é a minha dica.

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Renato Cunha 28 anos Propósito do blog: Mais um veículo dedicado ao mundo pop. Com minhas próprias palavras colocarei o que penso sobre a arte em geral. E-mail: renatornc@hotmail.com