Desde que me entendo por gente eu curto os jogos de Street Fighter, o joguei exaustivamente tanto nos arcades quando nos consoles e tive uma agradável surpresa para uma versão do game num já idoso Mega-Drive, queixos caíram quando viram o belo resultado no game considerado inferior ao seu rival na época, o Super-Nintendo. SF continua sendo uma das franquias de maior sucesso da Capcom (junto com Resident Evil) e continua se reiventando e agradando uma nova geração de admiradores. Em 1994 , foi anunciado que o game ganharia uma adaptação para o cinema. Jean Claude Van Damme é o protagonista do sofrível Street Fighter: A última batalha.O filme é errático do início ao fim, Guile era um coadjuvante no game e Van Damme que o 'interpretou' acabou sendo o protagonista de uma papagaiada absoluta. O primeiro Street também marcou como o último filme de Raul Julia (que fez um Bison bisonho mesmo, que morrera pouco depois das filmagens (triste fim) a cantora gostosona australiana Kylie Minogue completa o circo sendo Cammy. O resultado foi mesmo uma catástrofe, muitos achavam que jamais viria uma nova adaptação de Street Fighter para os cinemas, eu pelo menos achava isso.
Quando anunciaram que haveria uma nova adaptação achei graça e ignorei, achei que seria mais uma idiotice. Achei até legal que o novo filme seria na verdade focado em Chun Li, célebre personagem dos games e me digam, qual marmanjo nunca teve uma queda por ela hahaha. Enfim, Street Fighter: The Legend of Chun Li estreou e novamente foi um fracasso absoluto de bilheterias e sofreu críticas negativas de todos os lados. O filme acabou vindo direto para DVD aqui no Brasil. Afinal, a Lenda de Chun Li é realmente ruim assim? Quando comecei assisti-lo eu já estava pronto para tirar uma onda e colocar 'A Lenda de Chun-Li' como minha sessão trash, mas acabou escapando porque eu acabei gostando do filme, sim, ele é até divertido...mil vezes melhor que a versão carnavalesca dirigida por Steven de Souza em 1994.
Os personagens são usados com cautela, pode-se até dizer que o diretor polonês Andrzej Bartkowiak (Doom: A porto do inferno) fez uma boa direção. A atriz Kristin Kreuk que faz Chun Li é uma gracinha e nos falar lembrar com carinho do personagem do clássico game. A história? Ela é uma sucessão de clichês, mas vamos lá: “Poderosas forças estão convergindo nas ruas de Bangkok. Eles são guerreiros, alguns deles possuem habilidades extraordinárias, todos eles estão determinados a ver seu lado prevalecer. Alguns lutam por nós, os outros por poder ilimitado. Agora, eles se preparam para a batalha suprema – do terror versus beleza, luz versus escuridão e bem versus mal”, essa foi apenas uma sinopse, eu sei.É aquela coisinha de sempre, bem contra o mal. A história as vezes é divertida oras bocejante. O elenco escalado além de Kristin traz alguns nomes que se não são tão famosos são conhecidos de grandes filmes. Michael Clarke Duncan faz o Balrog e quem não se lembra de Michael como o eterno John Coffey do clássico A Espera de um Milagre? Chris Klein, de American Pie não faz algo muito diferente do que fazia na frânquia cômica da qual participava. Moon Bloodgood que apareceu recentemente em Exterminador do Futuro: A Salvação aparece em SF: A Lenda de Chun Li apenas para mostrar seus atributos, as cenas em Chris Klein e Moon Bloodgood aparecem são descartáveis e não sai um diálogo decente.
As cenas de treinamento de Chun Li com Gen (Robin Shou - sim, é o Liu Kang de Mortal Kombat) são legais, Gen (que eu achava ser o Ken ou até mesmo gay, eu estava assitindo dublado e houve a confusão) e o cara até ensina a menina Chun Li a dar aquelas famosas magias do game (sem a bundinha empinada é claro hahaha) A cenas de luta estão ok, não estão tão toscas como andaram falando por aê, mas claro que não são nenhum primor. Falando em lutas, tem uma que começa até divertida, é a da Li contra o espanhol mascarado Vega. A luta é deveras divertida até o momento em que Chun Li acerta o cara revelando o homem por trás da máscara, advinhem...Taboo, sim, o cara dos Black Eyes Peas...Aliás, eu tinha visto o seu nome nos créditos iniciais, mas não acreditava que fosse o mesmo. Infelizmente a cena foi destruída, começam as piadinhas e tudo termina de forma constrangedora infelizmente.
Mencionei Michael Clarke Duncan como um dos vilões, Balrog, infelizmente ele faz papel de bobo o tempo inteiro, mas o todo poderoso Bison, foi interpretado com segurança pelo ator Neal McDonough lembrando até as canastrices de Eric Roberts, mas esse Bison não só fala como é muito cruel. Para os fãs da série eu não sei o que dizer, não é nenhum grande filme, ele é de fato superior a bomba de Steven de Souza, pena que ele não vai muito além disso e difícilmente veremos outro Street Fighter nos cinemas, mas pode valer com uma boa sessão da tarde ou uma temperatura máxima da vida, com certeza você verá muito a 'Lenda de Chun li' em uma dessas sessões. Aceite o conselho, em uma dessas futuras sessões sente e assista e tente se divertir, talvez consiga, é só levar em conta que se trata de apenas um passatempo, nada além disso. Assista e depois me diga o que achou.
Nota: 6,0
Veja o trailer aqui:
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