sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Review: Anticristo

Acabei de assistir o tão alardeado novo filme do diretor Lars Von Trier, Anticristo, e confesso que estou extremamente desapontado. Pelo menos no fundo e desconfiava que Anticristo era puro e simples Hype, nada mais, mas quase me enganaram. A produção foi vendida como um filme de terror, o que me fez me interessar bastante por esse Anticristo, junto com trailers, fotos e etc. Fora a polêmica que gerou em Cannes e por todo mundo. Pode acreditar, é muito barulho por nada.

Cada um expõe a crítica que bem entender, eu estou expondo a minha e acredite, queria muito ter saído da projeção de
Anticristo e digitar um review satisfeito e empolgado, mas infelizmente esse não é o caso. Eu adorei Dogville, aquele misto de teatro e cinema foi uma estratégia fantástica e inovadora, ponto para Von Trier, mostrou ter talento e sabedoria, pois Dogville tinha 3 horas e você sequer percebia isso, pois a história era tão envolvente que é quase impossível ficar entediado.

Eu não assisti sua seqüência, depois que soube que Nicole Kidman não estaria em Manderlay acabei me esquecendo de assistir e parece que vários outros se esqueceram também, pois o filme foi um verdadeiro fracasso de bilheterias, o fato deixou o cineasta em depressão profunda e sem estímulo para seguir sua carreira. Mas aos poucos foi escrevendo seu novo projeto e, enfim a nova produção começou a ganhar vida. Não me levem a mal, depois do que tinha lido e visto, eu tinha maiores expectativas em relação a Anticristo, cenas perturbadoras, um elenco bem escalado e afiado. Tudo começa muito bem, a cena inicial começa com o casal Williem Daffoe e Charlotte Gainsbourg (seus personagens não tem nome) numa cena de sexo explícito, tudo em slow-motion e preto e branco, lembrando inclusive o clipe 'Stranger in Moscow' deMichael Jackson, fantástico. A história realmente começa quando o filho do casal cai da janela do apartamento onde moram.

A moça jamais recupera-se do ocorrido, o marido é um psicólogo e tenta salvar a esposa do pior como pode. O casal acaba se mudando para um casebre no meio do mato para exorcizar seus demônios e enfim recomeçar sua vida, superar sua perda. E, então as coisas começam a piorar e muito em todos os sentidos. Eu esperava ver cenas surrealistas, ou algo bastante diferente de tudo, mas tudo o que vi foram passeios na mata, uma raposinha dizendo: "Caos reina", muita choradeira, muitas cenas de sexo, gritaria e é claro, muitas cenas chocantes e entediantes também. As vezes Anticristo não faz o menor sentido. O filme é dividido em capítulos: Luto", "Dor (Caos Reina)", "Desespero (Ginocídio)" e "Os Três Mendigos", além de um prólogo e um epílogo. Mas o fato é que Anticristo percorre por muitas ondas e acaba chegando a lugar nenhum, a essa altura as cenas chocantes começam a ficar constrangedoras e sua conclusão parece não fazer muito sentido. Não pense que eu gosto tudo mastigadinho, gosto de produções desafiadoras. Admirei obras como: "Eraserhead", "Cidade dos Sonhos" e "Império dos Sonhos", ambas obras do mestre David Lynch que conseguiu um feito incrível, fazer um quebra-cabeça que não pode se solucionado, mas sem deixar de ser sedutor.


É uma pena, pois a premissa era muito boa, porém o Hype da mídia realmente acabou frustrando e na minha modéstia opinião Anticrista nada mais é do que um nonsense total disfarçado de obra-prima do cinema.

Minha nota?

3.0

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Renato Cunha 28 anos Propósito do blog: Mais um veículo dedicado ao mundo pop. Com minhas próprias palavras colocarei o que penso sobre a arte em geral. E-mail: renatornc@hotmail.com