Os remakes de grandes clássicos tem sido uma grande saída de Hollywood para driblar a falta de idéias. Lógico, gera muita polêmica, muitos odeiam pois estragam grandes clássicos ou impedem que alguns conheçam a verdadeira obra. Existe o lado bom e o lado ruim nisso. Vamos logo pelo ruim, o povo americano é preguiçoso e tem um certo preconceito com filmes estrangeiros, pois não querem ler as legendas. Então para não perderem a chance de faturar, os produtores decidem refazer o mesmo filme apenas mudando os atores, sendo é claro, americanos.
O filme chocou exatamente pelas cenas de estupro realistas demais e pela frieza do bandido Krug Stillo, o líder da gangue. O filme traz cenas realmente desagradáveis e a filmagem quase amadora dava um realismo ainda maior. Mas eu acho que 'Aniversário Macabro' merecia um remake, os atores envolvidos, exceto Davi Hess (o bandido Krug) são ruins e umas sub-tramas patéticas de dois policiais atrapalhados cortam a tensão, bem como a aflição dos pais querendo saber novidades da filha, já sumida.
O remake para muitos fãs soaria deslocado, exatamente por estarmos vivendo tempos diferentes, já que a décado de 70 ficou conhecida como a mais violenta de todas. Nos Estados Unidos isso era um fato. Os americanos estavam frustrados com o fracasso da guerra do Vietnã e com o escândalo de Watergate, a violência nas grandes cidades era crescente. Os cineastas então despejavam toda sua raiva nos filmes. O que dizer de 'A Vingança de Jennifer' ou 'Massacre da Serra Elétrica' de Tobe Hooper, são obras que mostravam a violência nua e crua, causando um medo real e nada engraçadinho como alguns filmes de hoje em dia.
Eis então que chegamos ao remake de 'The Last House on the Left', que aqui além de passar praticamente batido nos cinemas, ganhou a estranha tradução de 'A Última Casa' (o que aconteceu com o 'a esquerda'?). É uma pena que não ganhou a devida divulgação, porque a refilmagem do clássico de Craven é muito boa e corrige alguns erros do original, mas também acrescenta algumas coisas não legais e que incomodaram alguns fãs do primeiro, assim com eu achei. A produção as vezes é limpa demais, todos são muito bonitinhos e sarados, principalmente os bandidos, que nem de longe lembram os bandidos quase reais do original.
O Krug de 1972 é grotesco, todos são muito sujos e parecem mesmo bandidos. Só para relembrar um cena do filme de Craven, o Krug estuprava a moça e babava em cima da mesma, gerando uma horripilante cena. Já no remake, interpretado por Garret Dillahunt parece mais é o vocalista do Creed, assim como sua trupe de modelinhos. A trama é quase a mesma, com algumas alterações que podem surpreender os fãs da obra de Craven, mas devido a grande tensão o público atual talvez pedisse por algo positivo em 'A Última Casa', coisa ausente em 'Aniversário Macabro'.
Monica Potter, como a mãe da vítima também não convence muito. Destaque vai para Tony Goldwyn, que faz John Collingwood, o pai da moça violentada. Goldwyn ficou conhecido como o amigo traíra de Sam em Ghost: Do Outro lado da vida e aqui faz o pai desesperado e sua presença foi uma agradável surpresa, mantendo o clima de tensão até o desfecho digno de aplausos. Não é um remake perfeito, mas acredito que tem mais acertos do que erros, o deconhecido diretor Dennis Iliadis conseguiu conduzir a história com sabedoria, ora refilmando algumas cenas e outras criando, mas nunca se afastando da idéia inicial.
Para quem curte gore também não vai ficar decepcionado, a versão do DVD segundo diz na capa é a versão estendida, pois seria muito radical para ser exibida nos cinemas. De fato é um filme muito violento, mas não choca tanto assim, devido a muitas produções do gênero tentando ousar da maior maneira possível. A Última Casa é um ótimo suspense, para quem não assistiu ao original vai curtir ainda mais. Eu recomendo.
Nota: 7,5
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