Em 1997 eu tinha então 16 anos, já era bastante fã de rock'n roll e já tinha apreço por bandas como Queen e Pink Floyd e conhecia Doors, mas ainda não tinha tido muito interesse em conhecer melhor a banda. Mas uma edição da revista Showbizz com Jim Morrison na capa cheias de histórias do cantor e poeta e uma discografia comentada da banda me fez interessar bastante pela história do quarteto de Los Angeles.
Comecei então por The Doors (1967) o clássico álbum de estréia da banda e de cara adorei muito, mas foi apenas com Strange Days (1967) que a minha admiração por Jim Morrison (Vocais), Robbie Krieger (Guitarra), Ray Manzareck (Teclados) e John Densmore (Bateria) virou uma louvação. A partir daí comprei livros, camisetas e tudo que era relacionado ao mundo de Morrison e cia.
Então, a última coisa que me faltava para ficar completo no mundos dos Doors era o filme homônimo dirigido por Oliver Stone (Platoon). Assisti e pirei, mas logo veio uma grande dúvida, se Jim Morrison vivia tão fora de órbita e doidão o tempo todo como fez tanta música legal? Pois infelizmente o filme não foca Jim "o poeta e cantor" e sim o seu lado mais violento e rebelde, talvez essa tenha sido o maior pecado de Stone. O cineasta sempre se declarou um grande admirador de Morrison, que havia ouvido Doors pela primeira vez na guerra do vietnã, onde serviu e achou o maior barato curtir o som da banda sob o efeito do LSD.
O papel de Jim Morrison foi feito com garra pelo ator Val Kilmer, mas até onde ele foi fiel a personalidade de Morrison? Eis a pergunta. O tecladista Ray Manzareck detestou o filme e detonou Oliver Stone de todas as maneiras, chegando a dizer que a história contada por Stone era completamente falsa. Acredito que sim, algumas partes foram muito exageradas, chegando a ser baixarias como a cena em que Morrison tem uma briga com sua namorada Pam (Meg Ryan) onde ele pisa em cima de um pato. Manzareck falou que isso jamais aconteceu. É uma pena, pois o filme coloca você diretamente nos anos 60, fazendo-o sentir parte da geração do amor em 1967, uma época onde não haviam paranóias em Los Angeles e todos eram amigos um do outro, apesar do mundo estar vivendo a guerra de Vietnã.
As aparições em shows são ótimas, o visual do filme também é um capricho só, Oliver Stone merece aplausos exatamente pelo clima surrealista do filme em alguns aspectos, mas lamentamos a falta de fidelidade com a vida real e um compromisso maior com o poeta Jim Morrison que influenciou uma geração inteira de novos artistas e ainda continua influenciando.
Para quem já está careca de assistir o filme, assista o 2º DVD diretamente, os extras estão bons, vários depoimentos de membros dos Doors (Robbie e Densmore), o próprio Oliver Stone aparece em vários depoimentos e de pessoas relacionadas ao Morrison completam um dos extras. Vale a pena também conferir as cenas excluídas, na maioria bem hilárias e descontraídas e que geram umas boas risadas, algumas até mereciam estar inclusas no filme.
Concluindo essa análise, The Doors chega a ser um filme divertido que talvez agrade a um não fã da banda exatamente pelas suas virtudes, mas se querem ver um Jim Morrison de verdade assistam o DVD "The Soundstage Performances", que também está disponível no mercado nacional.
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