quarta-feira, 12 de maio de 2010

Review: A Hora do Pesadelo

O mundo dos remakes é algo bastante polêmico e ele afeta mais o gênero horror, onde clássicos inquestionáveis ganham refilmagens na tentativa de ganhar um novo público. Alguns voltam como uma mera refilmagem, apenas remontando cenas consagradas como foi feito em a 'Profecia' ou também 'Psicose' que podem ser citados como refilmagens desnecessárias, sendo bastante criticados. Vale citar ótimos remakes que ficaram conhecidos como reimaginações como no caso de: "O Massacre da Serra elétrica" e "Sexta-Feira 13", que conseguiram dar novo fôlego a frânquias desgastadas pelo tempo. O problema é quando a reimaginação vira uma alto-indulgência, como é o caso de Rob Zombie e seus Halloween 1 e 2, duas atrocidades tão horrendas que feriram o legado de Michael Myers até a próximo cineasta a voltar tocar na série novamente.


Freddy Krueger, um ícone do horror como o rival Jason Voorhees (ambos se encontraram no divertido Freddy Vs Jason) tinha um histórico incrível, embora os filmes fossem perdendo impacto com o tempo. O original dirigido por Wes Craven em 1984 é uma obra-prima irretocável. Nele, o assassino Freddy Krueger (Robert Englund) passou a perseguir um grupo de jovens em seus próprios sonhos, começando um luta desesperada pela sobrevivência. Alguns efeitos visuais ressaltavam o horror e o cineasta e roteirista Wes Craven (cuja carreira é instável) criou um novo ícone no horror. Freddy, o mestre dos sonhos iria perseguir mais jovens em seus sonhos em continuações irregulares, porém lucrativas. Mas o que mais incomodou a mim e o restante dos verdadeiros fãs de horror, foi o fato de Krueger ter virado um babaquinha, dizendo piadinhas antes de acabar com suas vítimas e isso foi só se intenficando.

Para os fãs mais ferrenhos fiquem tranquilos que 'A Hora do Pesadelo' (A Nightmare on Elm Street, 2010 EUA) não sofre desse erro brutal. O filme dirigido por Samuel Bayer é um ótimo longa de horror, claro, não comparando com o original de Craven. O clima tenso vem em boa dose. A história mantém aquele grupo de jovens que são atormentados por Krueger, mas o filme prefere seguir um caminho diferente do original, mudando a história em alguns aspectos. Mas podem esperar homenagens ao filme homônimo de 1984, como a jovem num saco mortuário que aparece para a mocinha Nancy Holbrook (Rooney Mara) é so uma delas, mas sem o grande impacto que o primeiro filme causou. Falando em Nancy, achei Rooney Mara um tanto quanto morta no filme, não tem o carisma de Heather Langenkamp.


O visual de Freddy Krueger (interpretado com competência por Jack Earle Haley, o Rorschach de Watchmen) também é algo que terei que me acostumar. Se nos filmes com Robert Englund a aparência não era tão bizonha, aqui o personagem ganhou um aspecto mais realista, mais bizarro. O visual 2010 de Krueger foi inspirado em fotos reais de pessoas que tiveram seus rostos queimados. Ecos de 'Batman Beguins' é claro, tudo parece mais realista, tirando um pouco do clima de horror fantástico. Não é ruim, mas preferia a velha maquiagem, até mesmo a de 'Freddy Vs Jason' era mais legal. Para quem espera  perder o sono com esse filme irá se decepcionar. O gênero horror foi muito explorado, principalmente nos filmes de terror francês nos últimos anos. Então fica difícil impressionar-se com esse novo pesadelo de Freddy, a não ser que você não seja muito chegado em horror e nunca viu um filme de Krueger.


O ritmo é bastante intenso e um tanto de gore para os aficionados. Os fãs do original estão divididos, uns dizem que gostaram, outros disseram que fere a obra de Craven. Eu como fã digo que vale a pena não fazer comparações e simplesmente divertir-se e rever momentos  memoráveis no cinema horror. Se Freddy Krueger não causa assim tanto temor entre os fãs, ele ainda consegue ser um ícone do gênero. Com certeza ainda é divertido assisti-lo nas telonas, mesmo com o visual mais realista, Freddy é Freddy, isso basta nos tempos de hoje. Como o sucesso do filme nos cinemas americanos foi considerável, já foi anunciado que haverá uma sequência, e claro, será totalmente rodado em 3D. Resta saber se isso vai ser bom ou não.

Veja o trailer;

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Renato Cunha 28 anos Propósito do blog: Mais um veículo dedicado ao mundo pop. Com minhas próprias palavras colocarei o que penso sobre a arte em geral. E-mail: renatornc@hotmail.com