Nenhum álbum do Michael Jackson causou tanta controvérsia quanto ‘Invincible’, último álbum em vida do Rei do Pop. Os fãs dizem que o disco foi sabotado e os detratores dizem ser o álbum mais fraco da história do cantor. De fato, analisando cuidadosamente o obra de Jackson, Invincible é sim o pior disco do cantor , os sinais podem ser vistos pela capa pobre. Os temas sobre salvar o mundo e ajudar as criancinhas desamparadas no mundo aparecem novamente por aqui e, bom, é maçante. Mas 10 anos depois o que podemos dizer sobre o tão polêmico álbum, ele é ruim mesmo ou podemos tirar algo positivo dele? Quando saiu, no dia 30 de Outubro fiquei com uma certa expectativa, mas ao ouvi-lo percebi que os anos de glória de Jackson estavam mesmo no passado.
Achei que fosse mudar minha opinião ouvindo-o mais vezes, mas infelizmente minha opinião prevalecia à mesma, não teve jeito. O que poderia ter prejudicado Invincible? A produção excessiva ou número grande de baladas ou o tempo de duração do CD? São 76 minutos de canções. A resposta é tudo um pouco. Os discos de Michael Jackson sempre tinham aquela primeira faixa triunfal de chutar traseiros, como é o caso de ‘Don’t stop til get enough’ em Off the Wall, ‘I Wanna be startin something’ em Thriller, claro ‘Bad’, do álbum homônimo e ‘Jam’ em Dangerous. Depois disso, Michael apenas tentou como no caso em ‘Scream’, dueto com a irmã Janet em History, que até hoje acho uma faixa apenas razoável e ‘Blood on the dance floor’, fraquinha demais.
Em ‘Invincible’, a coisa começa morna e burocrática com a pretensiosa ‘Unbreakable’. Seguida então das fracas ‘Heartbreaker’ e ‘Invincible’. Mas as baladinhas iniciais são boas, como é o caso de ‘Break of Dawn’ e ‘Heaven can Wait’, onde Michael atinge um tom até então inédito, são canções que causam um certo impacto e mereciam respeito, assim como ‘Butterflies’. O grande single ‘You Rock my world’ tenta remeter os tempos de ‘Off the wall,’ mas o máximo que consegue é ser uma prima distante de ‘Remember the time’.
Pode-se dizer que da primeira faixa até a sexta com ‘You rock my world’, o álbum segue razoavelmente bem e ‘Butterflies até passa arrastando, mas a partir daí, o álbum cai de vez em banalidades como: “Speecheles”, “9.200 Watts”, ‘Privacy”, “The Lost children’ e outras faixas que sequer precisavam ver a luz do dia. São lentas, fracas e arrastadas demais. É possível até mesmo tirar uma soneca, um verdadeiro tédio invencível como foi taxado na época de seu lançamento. A parceria de Michael com Santana em ‘Whatever Happens’ até anima, mas a última ‘Threatened’ é uma daquelas faixas que ouvir por completo é uma verdadeira tortura. É uma tristeza enorme que a carreira de Michael Jackson tão rica em qualidade tenha se encerrado com um álbum tão inferior a sua obra de outrora. Dez anos depois ainda fica aquele gosto amargo de ter ouvido talvez, o álbum mais fraco da história de Jackson. Não chega a rivalizar com o póstumo ‘Michael’, mas é frustrante ouvir esse álbum 10 anos e manter a mesma opinião. Invincible continua sendo aquele tédio invencível.
Nota: 4,5
Um comentário:
Ainda bem que sua opinião não afeta a genialidade desse álbum. O "tédio invencível", como foi atribuído, é apenas um tédio pra quem não se dispõe a entender sua obra. Invincible é um disco muito a frente do nosso tempo, e eu prevejo que sua sonoridade soará ainda muito atual por pelo menos mais 20 anos! É um disco complexo, poucos compreenderiam logo nas primeiras audições. É uma tolice sem dimensão querer buscar nele os albums anteriores do MJ. É tudo diferente! E isso é o que o torna um ícone. Ele não repete sua sonoridade nos albums seguintes. Ele inova. E esse é o maior desafio de um músico - Não se prender a um estilo, algo que somente o Rei do Pop executa com maestria. Criticar sua obra sem entendê-la, não torna sua obra ruim. Vejo esse tipo de comentário como um ignorante tentando entender quadros numa exposição de arte.
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