sábado, 23 de março de 2013

Classic Review: Pink Floyd - The Dark Side of The Moon

Há 40 anos atrás, 'The Dark Side of The Moon chegava às lojas do mundo inteiro. Onde viria a ser um dos álbuns mais importantes do século 20, que iria bater todos os recordes, vender milhões de cópias e, mesmo 40 anos depois, sendo uma obra consistente até os dias de hoje, sendo capaz de influenciar novas gerações de bandas. Claro que, igualar com a clássica obra do Pink Floyd ninguém ainda conseguiu e provavelmente não o conseguirá. Mas é fato que o Floyd conseguiu igualar-se com a obra mais importante e cultuada dos Beatles, 'Sgt.Peppers Lonely Hearts Club Band', mesmo que na mídia não se fale muito disso. Mas isso é papo para outro review e para outra hora.

'Dark Side of the Moon' foi mesmo muito celebrado, de vários formas possíveis, livros, documentários, inúmeros relançamentos e até mesmo uma versão ao vivo integral, onde os remanescentes o fizeram na turnê 'Division Bell', rendendo o álbum ao vivo duplo 'P.U.L.S.E.', então para um amante dos bons sons, para aquele que se diz apreciador de rock'n roll, é inadmissível não ter ouvido pelo menos 'Dark Side of the Moon'.

Todo mundo conhece as historias, do tema do álbum, capaz de render um debate bastante extenso e produtivo. 'DSMO' foi o álbum que colocou Roger Waters (baixo/vocal) como a principal mente do Pink Floyd, já que boa parte das ideias fantásticas vieram do mesmo. Mas musicalmente falando, David Gilmour com sua voz e seu talento inquestionável na guitarra é que fazem tudo ter sentido. Citar música por música é uma grande bobeira, já que todas (ou tudo seria uma só música?) são peças fundamentais do álbum. A escolha de 'Money' como single, foi para o simples fato do álbum ser mesmo descoberto, já que ele não foi feito para um fácil consumo, ou alguém que o ouviu sentiu vontade de sair por aí dançando?

Fãs, a crítica em geral louvam o trabalho de Waters e Gilmour e nem sempre se lembram de Richard Wright, o homem por trás talvez do momento mais intenso de toda obra, 'The Great gig in the sky'. Acho que só por compor algo tão fabuloso, Wright merecia ter o mesmo reconhecimento. Como não se lembrar de sua contribuição em 'Us & Them'? Me arrisco a dizer que, sem os teclados de Wright, provável que 'Dark Side...' não fosse assim tão fantástico como foi. Até mesmo o discreto baterista Nick Mason não passa batido com suas pequenas, mas significativas contribuições.

'The Dark Side of The Moon' apesar de ser um álbum simples, é ao mesmo tempo complexo em seus temas. É possível cantar junto cada música, emocionar-se com com cada momento vocal, instrumental. 'DSMO' foi o responsável por tornar o Rock Progressivo mais palatável ao grande público, foi o que tornou o gênero popular. Os seus temas, se você ainda não sabe, fala basicamente sobre nós, seres humanos, que podemos ter uma ambição cega (Money) ou viver em desespero, já que o tempo pode ser nosso maior inimigo. Claro que o álbum além de passear por temas que passamos em nossos cotidianos, 'DSMO' relembra o líder atormentado Syd Barrett, que iria ganhar uma homenagem mais clara em 'Shine On Oy Crazy Diamond' e 'Wish You Were Here'. Mas Barrett está em 'Brain Damage', onde o Pink Floyd reflete sobre o estado mental de seu ex-líder.

A icônica capa com o prisma e o arco-íris feita por Storm Thorgerson não poderia passar em branco, quarenta anos depois, essa capa enigmática ainda nos fascina e nos faz lembrar que devemos ouvir este álbum novamente. Foram mais de 40 milhões de cópias vendidas, não sei quantas semanas nas paradas de sucesso, isso sem mencionar o frenesi nacional que causou, depois que foi anunciado que poderíamos ouvir o álbum como trilha sonora do filme 'O Mágico de Oz', algo que nunca ficou muito claro para mim, mas enfim, vale pela curiosidade.

Tão importante quanto 'Sgt.Peppers...' ou qualquer álbum dos Beatles, 'The Dark Side of The Moon' segue sendo a obra mais completa do Pink Floyd, quando ainda eram uma democracia, álbuns incríveis viriam após, mas 'Dark Side...' continua sendo supremo em todos os termos, tanto em sua qualidade, em engenharia e pelo fato de ainda ser tão consistente. Se ainda não ouviu, faça um favor, corrija esse erro grotesco, e se deixe levar para o lado escuro da lua.

Nota: 10/10


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Renato Cunha 28 anos Propósito do blog: Mais um veículo dedicado ao mundo pop. Com minhas próprias palavras colocarei o que penso sobre a arte em geral. E-mail: renatornc@hotmail.com