sábado, 5 de novembro de 2011

CD Review: Coldplay - Mylo Xyloto


Quase quatro anos depois do arrasa quarteirão ‘Viva La Vida’, o Coldplay lança seu novo álbum. Nós brasileiros pudemos ter o privilégio de ouvir as novas canções ao vivo pela primeira vez, foram quatro delas executadas no estupendo show no Rock in Rio. De cara me agradei das canções, mas queria ouvir o álbum por completo antes de dar minha opinião. Enfim, chegou o dia de ouvir o aguardado álbum, que recebeu o estranho nome de ‘Mylo Xyloto’.


 A crise com o álbum ‘X&Y’ fez com que Chris Martin e cia não mais dormissem no ponto e desde ‘Viva La vida...’ quando iniciaram parceria com o produtor Brian Eno (ex-Roxy Music e produtor do U2) conseguiram repaginar sua carreira com o excelente álbum, que nos deu ‘Violet Hill’, ‘Viva la vida’, ‘Lovers in Japan’ e ‘Lost’. Novamente guiados por Eno, o Coldplay continua desafiador, ousando e criando uma atmosfera sonora que praticamente inexiste nos dias de hoje. O resultado é mais uma agradável surpresa, a boa impressão do show no Rock in Rio vai além. Em ‘Mylo Xyloto’, o Coldplay entrega mais um álbum  consistente, porém não perfeito. “Paradise”, o atual single é candidata é clássico, e é impossível você não repetir  o ‘Para...para...paradise..ôÔôÔôÔôÔ, que apesar da repetição, não é enjoativo em nenhum momento. “Charlie Brown”, ‘Hurts like heaven”, “Major Minus”, “Every Teardrop Is a Waterfall” também merecem destaque.

Porém...pois é, sempre existe um porém. O álbum sofre uma queda com a faixa ‘Princess of China’, parceria do Coldplay com Rihanna, soa forçada demais e me parece mais uma estratégia mercadológica do que uma genuína parceria. Outro fato que incomoda um pouco são faixas falsas, que na verdade são vinhetas para uma próxima canção, deixam as coisas um pouco confusas. Pois quando você vê o CD já está quase concluído e você pensa? Perai, mas são 14 canções. O problema dessas falsas faixas é que são curtinhas, durando segundos. Não prejudica o álbum, mas confude um pouco. Apesar dos pesares, o Coldplay conseguiu de novo, para apreciadores de boa música, a banda consegue ousar, mas sem afastar o ouvinte com idéias absurdas, deixando seu produto quase inaudível. A crítica como sempre vai detestar, mas para os fãs é mais um álbum para ouvir muitas e muitas vezes, sucesso já está fazendo.


Faixas:


1. Mylo Xyloto
2. Hurts Like Heaven
3. Paradise
4. Charlie Brown
5. Us Against The World
6. M.M.I.X.
7. Every Teardrop Is A Waterfall
8. Major Minus
9. U.F.O.
10. Princess Of China
11. Up In Flames
12. A Hopeful Transmission
13. Don’t Let It Break Your Heart
14. Up With The Birds



Nota: 8,5


CD Review: Sade - The Ultimate Collection


Lançada em 3 de Maio deste ano, The Ultimate Collection parece ser a coleção definitiva de sucessos da cantora nigeriana (criada na Inglaterra) Sade. A diva passou  recentemente pelo Brasil, com apresentações memoráveis. Para quem  ficou curioso e não pôde ir devido aos preços abusivos dos ingressos, essa compilação ajuda a você conhecer mais da ‘cantora de motel’ ou ‘a cantora de consultório de dentista’. Quem ouvir cuidadosamente  o CD verá que Sade vai muito além de rótulos criados por críticos velhos e gordos. Aqui estão todos os hits, do megasucesso inicial ‘Smooth Operator’ e a hits sensuais como: “Cherish the day”, “No ordinary love”. 

O álbum ainda conta com ‘Soldier of love’, hit de seu álbum mais recente, que leva o mesmo nome. Fora isso prepare-se para se chacoalhar com sucessos mais dançantes como: ‘The Sweetest Taboo” e “Paradise”. O CD agrada em cheio para quem procura um misto de canções românticas e dançantes. ‘The Ultimate Collection’ peca mesmo é pelo excesso de faixas, sendo um pouco cansativo. Se a compilação encerrasse com a ótima ‘Soldier of love’ já estaria de bom tamanho. Mas ainda sim vale a aquisição. Aos curiosos poderão ver que Sade é mesmo uma artista talentosa, embora apareça de dez em dez anos para deixar seu recado, o número de hits é grande o suciente para um álbum duplo. Presente de aniversário, natal? Com certeza. Para quem procura registro ao vivo, o CD (também DVD) ‘Sade Lovers Live’ é  também uma boa pedida.



Disco 1 
  
1.    Your Love Is King 
2.    Smooth Operator 
3.    Hang On To Your Love 
4.    The Sweetest Taboo 
5.    Is It A Crime 
6.    Never As Good As The First Time 
7.    Jezebel 
8.    Love Is Stronger Than Pride 
9.    Paradise 
10.  Nothing Can Come Between Us 
11.  No Ordinary Love 
12.  Kiss Of Life 
13.  Feel No Pain+ 
14.  Bullet Proof Soul+ 

  
Disco 2 
  
1.    Cherish The Day 
2.    Pearls 
3.    By Your Side+ 
4.    Immigrant+ 
5.    Flow+ 
6.    King Of Sorrow+ 
7.    The Sweetest Gift+ 
8.    Solider Of Love+ 
9.    The Moon And The Sky+ 
10.  Babyfather+ 
11.  Still In Love With You** 
12.  Love Is Found** 
13.  I Would Never Have Guessed** 
14.  The Moon And The Sky (Remix Featuring Jay-Z)** 
15.  By Your Side (Neptunes Remix)+ 



Nota: 8,5



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Review CD: Michael Jackson - Invincible (10 anos depois)

Nenhum álbum do Michael Jackson causou tanta controvérsia quanto ‘Invincible’, último álbum em vida do Rei do Pop.  Os fãs dizem que o disco foi sabotado e os detratores dizem ser o álbum mais fraco da história do cantor. De fato, analisando cuidadosamente o obra de Jackson, Invincible é sim o pior disco do cantor , os sinais podem ser vistos pela capa pobre. Os temas sobre salvar o mundo e ajudar as criancinhas desamparadas no mundo aparecem novamente por aqui e, bom, é maçante. Mas 10 anos depois o que podemos dizer sobre o tão polêmico álbum, ele é ruim mesmo ou podemos tirar algo positivo dele? Quando saiu, no dia  30 de Outubro fiquei com uma certa expectativa, mas ao ouvi-lo percebi que os anos de glória de Jackson estavam mesmo no passado. 

Achei que fosse mudar minha opinião ouvindo-o mais vezes, mas infelizmente minha opinião prevalecia à mesma, não teve jeito. O que poderia ter prejudicado Invincible? A produção excessiva ou número grande de baladas ou o tempo de duração do CD? São 76 minutos de canções. A resposta é tudo um pouco.  Os discos de Michael Jackson sempre tinham aquela primeira faixa triunfal de chutar traseiros, como é o caso de ‘Don’t stop til get enough’ em Off the Wall, ‘I Wanna be startin something’ em Thriller, claro ‘Bad’, do álbum homônimo e ‘Jam’ em Dangerous. Depois disso, Michael apenas tentou como no caso em ‘Scream’, dueto com a irmã Janet em History, que até hoje acho uma faixa apenas razoável e Blood on the dance floor’, fraquinha demais.  

Em ‘Invincible’, a coisa começa morna e burocrática com a pretensiosa ‘Unbreakable’. Seguida então das fracas ‘Heartbreaker’ e ‘Invincible’. Mas as baladinhas iniciais são boas, como é o caso de ‘Break of Dawn’ e ‘Heaven can Wait’, onde Michael atinge um tom até então inédito, são canções que causam um certo impacto e mereciam respeito, assim como ‘Butterflies’. O grande single ‘You Rock my world’ tenta remeter os tempos de ‘Off the wall,’ mas o máximo que consegue é ser uma prima distante de ‘Remember the time’.

Pode-se dizer que da primeira faixa até a sexta com ‘You rock my world’, o álbum segue razoavelmente bem  e ‘Butterflies até passa arrastando, mas a partir daí, o álbum cai de vez em banalidades como: “Speecheles”, “9.200 Watts”, ‘Privacy”, “The Lost children’ e outras faixas que sequer precisavam ver a luz do dia. São lentas, fracas e arrastadas demais. É possível até mesmo tirar uma soneca, um verdadeiro tédio invencível como foi taxado na época de seu lançamento. A parceria de Michael com Santana em ‘Whatever Happens’ até anima, mas a última ‘Threatened’ é uma daquelas faixas que ouvir por completo é uma verdadeira tortura. É uma tristeza enorme que a carreira de Michael  Jackson tão rica em qualidade tenha se encerrado com um álbum tão inferior a sua obra de outrora. Dez anos depois ainda fica aquele gosto amargo de ter ouvido talvez, o álbum mais fraco da história de Jackson. Não chega a rivalizar com o póstumo ‘Michael’, mas é frustrante ouvir esse álbum 10 anos e manter a mesma opinião. Invincible continua sendo aquele tédio invencível.

Nota: 4,5


Review: Os Olhos de Julia (Los Ojos de Julia)


Enquanto Hollywood parece perdida entre remakes e prelúdios, o cinema australiano, britânico, paraguaio (sim, não viram A Casa?), francês e espanhol tem se destacado com ótimos filmes de suspense e terror.  A produção mais recente espanhola que assisti foi ‘Os Olhos de Julia’ (Los Ojos de Julia), que me chamou bastante atenção graças a contribuição de Guilhermo Del Toro na produção, isso foi o suficiente para que fosse atrás dessa produção.  A surpresa foi mais que positiva, ‘Os Olhos de Julia’ é um daqueles suspenses que te pega pela jugular e não te solta até os créditos finais.

A história traz Julia (a belíssima Belén Rueda), que além de enfrentar a perda de sua visão devida a uma doença rara, precisa investigar a morte de sua irmã (sim, Belén faz a irmã também), pois não acredita que a mesma teria se suicidado. Os problemas de Julia só vão aumentando a medida que a mulher chega perto da verdade assustadora.

Com a ótima direção, Guillem Morales ,o clima de tensão é mantido na medida certa. Não precisa em nenhum momento apelar para sangue e vísceras para chocar. Só o fato de você saber que está ficando cego e que um ente querido seu pode ter sido assassinado já é algo bastante apavorante. Outro fato positivo de ‘Os Olhos de Julia’ é o clima, sempre chuvoso e cinzento, tornando tudo ainda mais melancólico. É possível notar traços de Del Toro em uma coisa aqui e outra ali, mas é diferente de ‘Não tenha  medo do escuro’, onde a direção parece ter sido de Guilhermo Del Toro, tamanha referências a suas obras passadas. A escolha para atriz principal, a linda Belén Rueda já pôde ser vista em ‘O Orfanato’ do próprio Del Toro.

Todo o elenco de coadjuvantes também contribui para que o suspense flua com naturalidade. É aquela coisa de não confiar em ninguém, até mesmo na pessoa mais próxima de você. Os Olhos de Julia passeia entre o suspense e o terror. Assim como ‘As Donas da Noite’, essa produção não obteve o destaque merecido, sendo lançado diretamente em DVD e Blu-Ray por aqui. É sensacional assistir ao filme com quem ainda não assistiu e a noite é o melhor momento para apreciá-lo.

Nota: 8,0


Review: As Donas da Noite (Wir sind die Nacht)

A série Crepúsculo pode ser mesmo uma baita de uma bomba. Vampiros bonzinhos? Românticos? VEGETARIANOS? E outras coisas que quebram as regras básicas vampirescas fez os admiradores de filmes antigos subirem pelas paredes. Mas para uma coisa essa infame franquia serviu, trazer os vampiros de volta á tona. Após o sucesso da adaptação de Crepúsculo, várias novas produções sobre vampiros ganharam sinal verde de produtores ao redor do mundo. Na Suécia tivemos o ótimo ‘Deixe-ela-entrar’, que ganhou um inesperado remake americano sensacional chamado ‘Deixe-me Entrar’. Sem contar continuações de ‘Garotos Perdido’, que ganhou duas sequencias direto para DVD e o mais recente, o remake do clássico ‘A Hora do Espanto’.


E mais nova incursão sobre o mundo dos vampiros é o divertido ‘As Donas da Noite’ (Wir Sind die Nacht) produção alemã, que traz novamente vampiros...ou melhor, vampiras, nada de vampiros. Na história traz um trio de vampironas, sendo que a líder está procurando uma alma gêmea para completar o grupo. Acham na delinquente Lena a pessoa ideal. De início a garota resiste, mas com uma vida solitária e com promessas de uma vida melhor e abundante, Lena cede e entra para o grupo das vampiras. A vida de Lena muda da água para o vinho, da solidão e pobreza, agora uma linda burguesa que percorre as ruas de Berlin com carrões do ano. Claro que nada ficará tão bom. Lena ainda vive no mundo dos humanos e os problemas trarão consequências para suas escolhas.

É uma pena que pouco falou-se nessa produção, o filme, pelo menos por aqui foi lançado diretamente em DVD e Blu-Ray. Eu o descobri quando vi um pôster na locadora e o mesmo me chamou atenção. Antes de alugá-lo preferi pesquisar bastante e ver comentários do que o povo havia achado no IMDB, pois não estava muito interessado em ver mais uma cópia da obra de Stephenie Mayer. As respostas foram positivas e então fui mais tranquilo até a locadora mais próxima pra ver do que se tratava. ‘As Donas da Noite’ conseguiu me conquistar exatamente pelo roteiro bem trabalhado, tentando ao máximo fugir dos clichês que assolam esse sub-gênero, conseguindo com sucesso na maioria das vezes. Ainda existe um interesse romântico, mas não é o foco da história. 

Uma coisa que sempre me agrada em filmes de vampiro é sempre o momento cool com trilhas sonoras bacanas. Vi isso em ‘A Hora do Espanto 1 e 2’, ‘Os Garotos Perdidos’ e até mesmo em ‘Deixe-me entrar’. Em ‘As Donas da Noite’ não foge a regra, a trilha é carregada com um som eletrônico de chacoalhar o traseiro de qualquer um, até procurei a trilha sonora para ouvi-la no meu Ipod. Outro destaque são as próprias vampiras, sexy, lindas e carismáticas. Karoline Herfurth (Perfume), Nina Hoss, Jennifer Ulrich e Ana Fischer trazem cada uma sua personalidade e são atrizes talentosas. A produção traz momentos de horror, humor (a cena em que Charlotte apaga um cigarro é impagável), ação (excelentes pegas de carro impressionam) e um pouco de romance, mas bem pouco, nada que lembre o casal insuportável  Bella e Edward.


Aqui todas as regras vampirescas são respeitadas. Sem reflexos no espelho, o sol volta a ser um problema se uma das vampiras decidir ficar acordada durante o dia. Para quem ainda está cético, aconselho ir sem culpa, a produção cumpre com o que promete e surpreende, pois os efeitos especiais estão muito bem realizados para uma produção de baixo custo. Mas é aquele tal negócio, é com um orçamento apertado que se faz um diretor trabalhar muito mais.

Nota: 7,5

Veja o trailer;



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Renato Cunha 28 anos Propósito do blog: Mais um veículo dedicado ao mundo pop. Com minhas próprias palavras colocarei o que penso sobre a arte em geral. E-mail: renatornc@hotmail.com